quinta-feira, 23 de agosto de 2007

#96 - Dignitae quae sera tamen

Em meio à crise aérea, com deputados e senadores - muitos desses bem enquadrados na expressão "bando" - posando de autoridades em aviação enquanto a massa do país que amarga ônibus sem cadeiras em ruas sem asfaltos assiste a tudo sem provavelmente entender muita coisa, surge o senhor Marco Aurélio Castro, que ocupa o singelo posto de diretor de Segurança da TAM. TAM, vocês já devem saber, é a sigla para Transportes Aéreos Medievais, aquela companhia aérea capaz de muitas coisas, mas incapaz de manter seus aviões lá no céu.


O ilustre diretor da companhia mostrou a todo o Brasil sua dignidade pessoal frente a vossas excelências e declarou impávido que dificilmente teria sido falha dos pilotos o erro na posição dos manetes de aceleração e redução de velocidade das turbinas do Airbus que acabou protagonizando a maior tragédia aeronáutica já vista na história deste país. Foi a primeira voz a dar o exemplo e tirar da culpa de duas das vítimas do acidente e colocar o fardo da responsabilidade na mesa da própria companhia, do fabricante da aeronave e de quem deveria fiscalizar esses aviões.


É certo que ser ocupar o cargo de diretor de Segurança da TAM não qualifica alguém para maiores vôos, mas o homem em questão mostrou a força moral e ética de um bom bigode. Há de se concluir que Marco Aurélio assumiu tal posto na companhia exatamente pelo entrevero que representa, confiando no poder de seus pêlos subnasais para manter os aviões da TAM nos céus e inteiros o maior tempo possível.


Um comentário:

Anônimo disse...

cortou na própria carne.

mas nunca nos próprios pêlos.

victor