Das mãos do gênio Alan Moore saiu a melhor história da história do Batman: A Piada Mortal. Talvez o bruxo de Northampton tenha sido o autor que conseguiu chegar mais próximo da loucura do arquiinimigo do morcegão. Moore entendeu que a única maneira de vencer Batman seria tirando seu resto de sanidade. E para isso, era preciso destruir o homem que servia como consciência e costas-quentes de Bruce Wayne, o Comissário Gordon.
No excelente Batman Begins, Gordon finalmente teve uma participação à altura da sua importância no universo decadente de Gotham City. O comissário enverga o bigode que é a base moral da cidade mais amoral da América. Amparado em sua ampla pelagem subnasal, busca reformar a polícia da cidade e controlar o Justiceiro que decidiu resolver tudo por conta própria.
Juro que eu passei o Batman Begins inteiro sem saber quem era o Gary Oldman no filme. Sabia que ele participava, via alguma semelhança quando Gordon aparecia na tela. Mas só consegui ter certeza na hora dos créditos. Isso deve mostrar que o sujeito é bom ator. Ou que eu sou meio mongol...
terça-feira, 31 de julho de 2007
#77 - And what about escalation?
segunda-feira, 30 de julho de 2007
#76 - Oswaldo Cruz
Houve uma época em que todos os homens usavam bigodes. Ela compreende o fim do século XIX e pelo menos as três primeiras décadas do XX. A moda peluda demandava pessoal de barbearia altamente especializado e o nível dos bigodes subiu significativamente. Por isso, podemos dizer que não era onda ter um bigode maneiro. O que diferenciava os homens das crianças era, isso sim, o uso que cada um fazia de seus pelos faciais meticulosamente aparados, engomados e penteados entre o nariz e a boca.
É aí que entra Oswaldo Cruz, maior sanitarista da história do país. Ao lado do engenheiro Pereira Passos, então prefeito carioca, e do presidente Rodrigues Alves (ambos de bigode e cavanhaque), promoveu o maior AUÊ na cidade, no início do século XX. Mais um bigode que mexeu profundamente com a vida da nação. A capital da recente República era um notório foco de doenças e epidemias, evitado pela nata da sociedade européia, que passava ao largo da Guanabara e partia direto para veranear e fazer negócios na portentosa Buenos Aires.
Passos e Alves pretendiam transformar o Rio na Paris Tropical e, para isso, propunham a demolição dos cortiços do centro da cidade e a remoção de seus moradores. Recém-formado no Instituto Louis Pasteur e nomeado o sanitarista oficial do Estado, Oswaldo Cruz baixou nessa conjuntura a lei da vacina obrigatória. A decisão gerou, de imediato, a maior revolta popular da história de cidade, no ano de 1904. O populacho carioca, ainda em descompasso com o Século das Luzes, não acreditava nessa história de "vida microbiótica" e, insuflado pela oposição, achava que as reformas de Cruz eram mais uma desculpa para botar abaixo seus insalubres muquifos. O saldo final da revolta foi de 30 mortos, 110 feridos e 900 presos deportados para o Acre.
Usando o bigode como uma barricada moral, o sanitarista resistiu às críticas e entrou para a História como um modernizador, redimido diante da opinião pública tupiniquim.
Este post foi escrito em colaboração com Victor.
domingo, 29 de julho de 2007
#75 - Giba Jah Rastafari
ATUALIZAÇÃO: Para ganhar título, só com o poder do bigode da sorte, amigo!
Gilberto Godoy Filho saiu de Londrina, norte do Paraná, direto para as páginas policiais. O popular Giba, uma espécie de Hulk Hogan do vôlei, tinha tudo em suas mãos no ano de 2002: campeão da Liga Mundial, craque do torneio, tricampeão brasileiro (2000 - 01 - 02), uma polaca loira em casa, um contrato na Itália e um baseado.
Pego em flagrante, Giba admitiu possuir toda a coleção do Natiruts em fitas k-7 negociadas em Kingstown e várias pontas.
Foi quando veio a redenção do Atleta de Jah, que não sucumbiu em meio ao fumacê e ao dub. Obstinado a provar sua capacidade pulmonar a todos, em especial a Bernardinho, técnico da Seleça de Vôlei mais sinistra de todos os tempos, Giba arrumou forças para voltar a ser O Cara apoiado num sólido e inibidor bigode!
Funciona assim: nos primeiros jogos das competições, Giba se disfarça de um militante verde qualquer em quadra - é apenas aquele camisa 7 que está no time porque as meninas da arquibancada gostam dele.
Quando chegam os jogos decisivos, ah! irmãozinhos, aí o bicho pega, e não estou falando do rapa, não! Giba exibe a seus fracotes adversários seu bigode talismã e os massacra impunemente, sem lero-lero e nem vem cá que eu também quero!
Desde então, o bigode de Giba já triturou italianos, ianques, cubanos, búlgaros e russos nas mais diversas quadras mundo afora conquistando 5 Ligas mundiais, 2 campeonatos mundiais, 1 copa do mundo, 1 sul-americano e 1 Copa América. A única decepção foi o bronze no Pan de Santo Domingo.
Acha muita coisa? Ele não. Giba já se encontra diante de mais uma decisão, no Pan 2007 no Rio, diante dos puercos americanos. Na semi-final contra a fatídica Venezuela, Giba já exibiu parte de seu ameaçador mustache dentro de um maroto cavanhaque. Parece que esse ouro já é nosso.
Valendo um CD do Ben Harper: adivinhem a posição de Giba no time?
quinta-feira, 26 de julho de 2007
#74 - This fire is out of control, i'm gonna burn this city, burn this city
Antes de ser uma banda indie escocesa, Francisco Ferdinando, nascido Franz Ferdinand Karl Ludwig Josef von Habsburg-Lothringen, foi o pivô do início da Primeira Guerra Mundial. Como bem se sabe, os objetos de desejo da sociedade de consumo mudam de acordo com a época. Se hoje a molecada do morro mata e morre por um tênis Nike, nos arredores de 1914 a melhor forma de impressionar as cocotinhas era cultivando um belo bigodão.
Pois Francisco não só cultivava, como exibia o seu de forma ostensiva, como pode-se ver na foto, tão impressionante quanto a do Barão do verbete anterior. Não sem motivo, esse bigode se tornou alvo de disputas envolvendo o trono austro-húngaro. Mas foi a pura inveja que causou a morte de Franz.
No verão de 1914, quando passeava pela pacata Sarajevo, Ferdinando foi assassinado pelo sérvio-bósnio Gavrilo Princip, dono de um bigodinho que só perdia em inexpressividade para o olhar do militante extremista. Alguns sugerem ainda que Gavrilo estivesse a serviço de outro célebre schnurrbart, do Kaiser Guilherme II, um dos principais adversários de Francisco nos Mundiais de Bigodes de outrora. Mas o Kaiser, assim como Otto von Bismarck, é assunto para outro post...
Não deixem de visitar este site FANTÁSTICO: http://www.petmoustache.com/ Cheguei lá graças a um comentário deste blog: http://belowthenose.blogspot.com/, que também presta grande serviço aa humanidade.
Na foto, Francisco Ferdinando e família, num momento fofo
quarta-feira, 25 de julho de 2007
#73 - Pierre de Frédy
O esporte é univerasl. Por isso, dando seqüência à homenagem feita aos bigodudos das 3 américas que brilharam nos Jogos Pan-Americanos, ampliamos nossos horizontes e invocamos a lendária figura de Monsieur Le Baron de Coubertin, idealizador dos Jogos Olímpicos Modernos e - não surpreendentemente - dono de um dos mais bem cuidados moustaches dos 5 continentes, dos 7 mares e de todas as eras da civilização, soit moderne ou classique.
O pedagogo francês, notório incentivador da inserção do esporte no currículo escolar, se valeu de escavações feitas em Olímpia - que despertaram o interesse mundial pelos Jogos realizados na Antigüidade, na Grécia -, para promover, em 1896, as primeiras Olímpiadas da era moderna, sediadas em Atenas.
(Obs: O Pan-Americano só seria idealizado nos anos 20, a ODEPA estabelecida em 1932 mas a realização do primeiro evento adiada para 1951 por causa da II Guerra.)
Agora, a cereja do bolo: Barão de Coubertin era tão roots, mas tão roots quando o assunto era Olimpíada, que seu corpo foi sepultado em Paris, MAS SEU CORAÇÃO E SEU BIGODE estão enterrados nas ruínas de Olímpia.
(Ok, foi só - acha pouco?!! - o coração mesmo: pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_de_Coubertin)
terça-feira, 24 de julho de 2007
#72 - Burt Reynolds
Um dos maiores astros da história do cinema, Burt Reynolds atuou em mais de 90 filmes. Ao contrário de alguns ídolos retratados neste blog, Burt sempre ostentou um bigode, transformando-o praticamente em uma marca registrada. Não se podia esperar menos de um ator que sempre teve uma queda para papéis de cafajeste. Apesar de ter atingido o auge da carreira entre 78 e 82 quando, por cinco anos seguidos participou dos maiores sucessos de bilheteria desses respectivos anos, Mr. Reynolds foi indicado ao Oscar somente em 97, pelo incrível Boogie Nights.
Assista o trailer:
Já em "Tudo que você queria saber sobre sexo", de Woody Allen, Burt interpreta um papel incomum. Ele faz parte do centro de comando do cérebro de um homem prestes a comer uma mulher no carro. Assista o episódio completo:
segunda-feira, 23 de julho de 2007
#71 - Maguila, o gorila
Maguila nasceu em Aracaju, no ano de 1959. Depois de completar os estudos em Sergipe, foi estudar Filosofia na Sorbonne, onde se aprofundou no existencialismo de Kierkegaard e Heidegger. Um pouco antes de defender sua tese de doutorado, descobriu o boxe e sua verdadeira vocação. O auge da sua carreira pugilística foi em 1995, quando se tornou campeão mundial de pesos pesados por uma inexpressiva, ínfima e irrisória Federação Mundial de Boxe. Daí pra frente, foi só franca decadência e o valente sergipano passou a freqüentar a lona com desenvoltura e talento únicos, se especializando com louvor na arte de tomar na cara e dormir neném.
Patrocinado pela Olivetti e pelo Luciano do Valle, com quem tinha uma relação galvãobuenística, Maguila tomou nocates homéricos de George Foreman, que nessa época não era grill, só um pastor-boxeador que distribuía porrada e bênçãos por aí, e Evander Holyfield, com orelha e tudo.
Com o fim da carreira, Maguila retomou sua investigação acerca da fenomenologia husserliana e faz participações especiais em programas toscos de auditório e humorísticos de baixa categoria, sempre elevando o nível geral com suas intervenções intelectualizadas e seu eterno e garboso bigode cheio de sobriedade e sabedoria.
Algumas frases do grande pensador:
"O meu estado é Aracaju"
(Adílson Maguila Rodrigues, quando perguntado sobre qual o seu estado civil, no programa da Hebe Camargo)
"Depois da derrota o pior resultado é o empate"
POSTULADO DO MAGUILA: Quanto maiores são, mais forte batem (segundo a Lei de Murphy)
Escrito pelo leitor Vinícius Trindade, o Bito
sábado, 21 de julho de 2007
#70 - Dream Team
Durante as Olimpíadas de Barcelona, no ano de 1992, os Estados Unidos perderam a disciplina na modalidade basquete masculino. Sua equipe vinha de reveses como o Pan de Indianápolis em 87, quando tomou um sacode do Brasil e ficou com a prata e de um bronze olímpico em Seul, 4 anos antes. Para Barcelona, os americanos puxaram o super-trunfo: convocaram seus grandes astros da NBA para jogar pela pátria nos Jogos.
Foi uma verdadeira festa do esporte. Ninguém sequer cogitava em dizer que iria enfrentá-los, mas todos os adversários sentiam imenso prazer em tomar uma lavada do Dream Team, o time esportivo mais fantástico já feito na história do esporte.
Air Jordan, Magic Johnson, Larry Bird, Karl Malone, Patrick Ewing, Sir Charles Barkley, Chris Mullin, John Stockton, Scottie Pippen e Clyde Drexler eram todos figurões da liga de basquete. Todos jogadores capazes de esculachar adversários. Eles ainda deram uma vaga para Chris Laettner, que havia sido eleito melhor jogador da liga universitária emtre 91-92.
Nas palavras do técnico Chuck Daly, "It was like Elvis and the Beatles put together. Traveling with the Dream Team was like traveling with 12 rock stars. That's all I can compare it to."
Desnecessário dizer, suas grandes estrelas valorizavam um bom bigode, como vemos na foto com os 5 titulares.
sexta-feira, 20 de julho de 2007
# EDIÇÃO ESPECIAL: Toninho Malvadeza
Na foto, ACM faz seu discurso de renúncia no Senado, após o episódio da quebra do sigilo das votações.
A única imagem que à cabeça nesse momento é ele como primeiro ministro de Saddam Hussein no inferno. É a sina de todo brasileiro ilustre, ter sua popularidade restrita ao Brasil pela barreira da língua. Se ACM tivesse feito tudo o que fez em inglês, certamente teria sido personagem do South Park, tripudiando ainda mais do Diabo do que o próprio Saddam.
O político do Democratas (SIC), segundo a wikipédia, "É conhecido por "Toninho Malvadeza", por conta de suas constantes ações repressoras contra a oposição durante o regime ditatorial".
Enfim, um detrator dos bigodes.
#68 - Ben Johnson
Quem viu a cena não esquece: o rapaz aí da foto larga em disparada na final olímpica dos 100m rasos de Seul '88 e deixa pra trás o grande Carl Lewis e seu recorde olímpico e mundial.
Dias depois, foi obrigado a devolver a medalha. Típico caso do flagrante da mão amarela após o peido no elevador fechado.
Não basta apenas ter o bigode. É preciso cultivá-lo.
quinta-feira, 19 de julho de 2007
#67 - Javier
Na foto, ele olha pro alto, pedindo ao seu discreto bigode forças para chegar o mais perto possível do céu. Javier Sotomayor é um dos maiores atletas de todos os tempos, especializado em salto em altura.
Ganhou o ouro nos Jogos Olímpicos de 1992 e em três edições de Pan-Americanos, além de ter sido medalhista de prata em Sydney. Também foi campeão mundial de atletismo em 1993 e em 1997, chegando em segundo lugar em 1991 e em 1995. É o atual recordista mundial ao ar livre, com a marca de 2m45 conquistada em 1993. Tabém detém o recorde em pista coberta desde 1989: 2,43 m. Veja no quadro abaixo o tamanho da vantagem do cara. Clique na imagem para ampliar.
Sofreu um revés na carreira (sic) em 1999, quando foi pego no antidoping e suspenso por dois anos. Javier, durante as animadas festas do Pan de Winnipeg, teria seguido o mau-exemplo do Jarbas e provado o mardito pózinho branco.
A Federação Internacional de Atletismo, consciente do fracasso que seriam os Jogos de Sydney sem um bigode de tanta expressão, cancela a punição por "circunstâncias excepcionais" e com apenas três meses de treino o cidadão chega lá e conquista a prata.
É importante lembrar que o Sotomayor era cidadão cubano, o que gera alguns entreveros na vida esportiva da pessoa. Em 1984 ele estabeleceu o recorde mundial sub-16 (2.33 m), mas não pôde ir para os Jogos de Los Angeles, boicotados pelo bloco comunista. Em 1988, Javier também não foi a Seul, por conta de outro boicote cubano.
Nosso herói parou de competir em 2001.
quarta-feira, 18 de julho de 2007
# Pausa para reflexão #
Acho que nós precisamos pensar em como algumas coisas são feitas no Brasil. Pensar se nós agimos com responsabilidade, seriedade, eficiência. Por que motivos tomamos as decisões que tomamos.
Às vezes penso que o brasileiro indivuldamente é genial, mas nosso senso de coletivo é o mais baixo do mundo.
Não tá entendendo nada?
Clique aqui.
E principalmente aqui, aqui e aqui.
Em algum outro país do mundo - talvez no Congo - existe notícia de avião derrapar?
Enfim, hoje não tem post. Não tem clima...
terça-feira, 17 de julho de 2007
#66 - Dale Earnhardt
Ralph Dale Earnhardt foi uma verdadeira lenda norte-americana sobre 4 rodas. Natural de Kannapolis, no sul dos EUA, onde a criança que nasce homem é batizada no uísque, Dale desde jovem sabia que havia nascido para pilotar.
Dale largou a escola ainda jovem para se dedicar às corridas pelo interior sulino da América e acabou sendo descoberto pelos olheiros da Nascar, a mais famosa competição de Stock Cars do mundo. Entre os anos de 79 e 2001, "The Intimidator" faturou 7 campeonatos da chamada Winston Cup, a principal categoria da Nascar.
Dale deixou adversários comendo poeira por anos e manteve sempre à frente de si um frondoso bigode, para jamais alguém duvidar de suas raízes originárias da terra do blues e do Lynyrd Skynyrd.
Sua vida amorosa foi bastante agitada. Dale teve 3 casamentos e 4 filhos, inclusive um deles, Dale Earnhardt Jr., que compete na Nascar.
Apelidado de "The Man in Black" e "Darth Vader", Dale não era exatamente um piloto adepto da prática do fair play. Se ele não conseguisse a vitória honestamente, seu bigode buscaria um meio pouco ético de tirar seus adversários de pista para vencer.
O lendário piloto acabou falecendo na pista, durante o ano de 2001, em Daytona, uma prova que ele mesmo precisou de 20 anos para conseguir vencer. E olha que o sujeito saiu vivo do pancadão abaixo.
OS DE CORAÇÃO FRACO DEVEM PARAR DE LER ESTE POST
Aqui, a morte deste ídolo de bigode.
segunda-feira, 16 de julho de 2007
#65 - Roberto Rivellino
Um sujeito bate um escanteio de calcanhar, na cabeça do atacante. Quando ele se vira, nossas expectativas são confirmadas: ele usa bigode. Só podia.
sábado, 14 de julho de 2007
#64 - Olavo Bilac
Não era só o bigode parnasiano voltado para cima. O pince-nez apoiado no nariz mostravam que Olavo Bilac não estava a passeio. Um dos principais defensores do culto à forma na poesia brasileira, alinhado a Raimundo Correia e Alberto de Oliveira, Bilac fez questão de aplicar sua "profissão de fé" aos pêlos faciais.
O autor de "Via Láctea" seria depois o judas a ser malhado pelo Modernismo, que advogava o verso livre, a coloquialidade e as rimas opcionais. Mas, ao ver qualquer foto de Bilac, não há dúvidas de que o homem tinha uma mensagem a passar. Se a arquitetura do Rio ganhou um pouco de Paris na belle époque do prefeito Pereira Passos, a literatura do período não teria muito sentido sem este bigode.
Sem falar que, mesmo com esse lance de culto à beleza, Bilac foi um cara hardcore: foi expulso do quarto ano de medicina por ser flagrado em ato de necrofilia e foi perseguido pelo presidente Floriano Peixoto por fazer oposição.
E reparem, na foto acima, que mostra a "panelinha" de intelectuais em 1901, a quantidade de vistosos e bem-cuidados bigodes.
Texto enviado pelo leitor Márvios dos Anjos
sexta-feira, 13 de julho de 2007
#63 - Lemmy is God
Who'd win in a wrestling match, Lemmy or God?
Vejam bem, o The Guardian é o jornal favorito de grandes intelectuais mundo afora. Pois esse renomado diário, em sua versão Unlimited, escolheu o Lemmy, do Motörhead, como o mais importante inglês vivo.
Já no primeiro parágrafo da matéria eles lembram que o homem fuma dois maços de Marlboro e bebe dois litros de Jack Daniels por dia, sem nunca babar no mustache. É sempre importante notar que o Motörhead é conhecido há muito tempo como a banda mais barulhenta do mundo. Além disso, ele tem a manha de usar o mesmo pedestal de microfone do Roberto Carlos, só que numa inclinação bem mais cênica (ver no vídeo abaixo, com o som ALTO).
Vale lembrar ainda que Lemmy em sua tenra juventude foi roadie do Divino. Experiência que ele confessa não se recordar muito bem, o que só reforça a certeza de que foram bons tempos.
Cartoon retirado deste site.
O repórter Ian Winwood, na matéria supracitada, define o hino Ace of Spades como a "única música adorada por todos que a escutaram. A sua moral é tão clara que poderia ser Moisés no microfone."
quinta-feira, 12 de julho de 2007
#62 - A-wop-bop-a-loo-mop-alop-bam-boom
O mundo vinha rolando burocraticamente há alguns bilhões de anos até que uns sujeitos meio caipiras resolveram plugar uma guitarra num alto-falante amplificado. Pronto, era o roquenrou sendo criado. Pode-se dizer que Bill Haley (and his comets) foi um dos "primeiros pioneiros" mas foi prontamente seguido - e ofuscado - por dois topetudos fundamentais, que realmente colocaram as massas para rebolar ao som dos metais rasgados, dos solos de guitarra frenéticos, da bateria acelerada com seus pratos espocantes e - não podemos esquecer - do irresistível pianinho nervoso. Como era no princípio, agora e sempre.
Um deles era ninguém menos do que o inventor da Pelvis - e não podemos menosprezar alguém que seja capaz de redefinir a Anatomia Humana, sozinho, ainda mais nos anos 50, com o fordismo a pleno vapor. Porém, não seria o suficiente para ofuscar O Primeiro Grande Bigode Da História do Rock. Richard Wayne Penniman (Macon, Georgia, 1932) simplesmente abalou a situação mundial com seu grito de guerra - senhoras e senhores, a senha secreta para fazer requebrar o mais rígido quadril:
Carregou a cruz de ser um ídolo de bigode e um corpo fechado. Demais para um ser humano. Pirou. "Todo bigode é trágico", teria dito Nietzsche. Sobreviveu ileso a uma queda de avião, no auge da carreira. Largou tudo para entrar na igreja. Voltou ao showbizz nos anos 60. Seu irmão morreu. Igreja de novo. Quando tudo parecia perdido há décadas, ele volta e nos brinda com um musicão na trilha de "Um Tira da Pesada".
Citado como a maior influência desde James Brown a Bob Dylan, passando por Ray, Jagger, Bowie e Paul, simplesmente, NADA teria acontecido sem ele.
Little Richard's Fact: depois do álcool, Little Richard é a maior causa de ocorrência de sexo entre seres humanos.
quarta-feira, 11 de julho de 2007
#61 - O Tremendão
E segue a Semana do Rock
Eu sei, eu sei. Quase todos os leitores desse blog preferem o John ao Paul, o Keith ao Mick, O Donald ao Mickey Mouse. A comparação entre Darth Vader e Luke Skywalker então é de uma covardia inimaginável. Por isso, falar do Erasmo Carlos é, nesse contexto, jogar pras massas. Mas fazer o quê? Eu sempre gostei muito mais do Erasmo que do Roberto.
Meu hit favorito na infância era "Pega na Mentira". O cara ainda tinha pérolas do bom humor roqueiro do calibre de "Sou uma criança não entendo nada", a Jorge Beniana "O Comilão", e a impagável "Vou ficar nu pra chamar sua atenção".
Além daquelas músicas que a gente só alcança depois de mais velho, e o disco de 1971 tem várias delas. "De noite na cama", "Masculino, feminino", "Dois animais na selva suja da rua" e "Maria Joana".
E meus amigos, só Erasmo faria Roberto assinar uma música chamada "Maria Joana".
No vídeo vejam O Rei e o Tremendão, de bigode, cantando um trecho do maior sucesso de Erasmo: "Sentado à beira do caminho"
E esse projeto aqui merece ser conhecido.
terça-feira, 10 de julho de 2007
#60 Phil Lynott
Em 1971, quando tinha 20 anos, Phil Lynott fundou o arrojado Thin Lizzy. Era tão arrojado, mas tão arrojado que Phil precisou lançar um bigode extremamente maroto para romper as barreiras que a vida e a crítica musical criaram, respectivamente, para seu desenvolvimento pessoal e para o hard rock empolgante e de gosto duvidoso que a banda irlandesa produzia.
"Irlandesa???", você pergunta. "Sim", eu respondo. "Mas ele é negão", você diz. E aí eu revelo, meus amigos, que não é por acaso que Lynott tem essa pinta marota de pagodeiro tropical. ELE É BRASIL NA SEMANA DO ROCK DE IDB!!!
Me explico: corre por aí lenda segundo a qual o baixista, vocalista e compositor número um do Thin Lizzy era filho do afro-brasileiro Cecil Parris (!) com uma gringa. Poucos meses depois do nascimento do pequeno Phil, o papai do nosso bigodudo de hoje, como manda o manual, abandonou a irlandesinha que andava esmerilhando e voltou para o Brasil.
Filho de mãe solteira, preto e irlandês, o dublinense Lynott viu no bigode e na música um caminho para transcender e derrubar obstáculos. Com muito Hendrix, Dylan e Van "The Man" Morrison na cachola, fundou sua bandinha e chegou a emplacar alguns hits bastante maneiros como a footloosiana "The boys are back in town", do sacolejante álbum "Jailbreak", de 1973, e a versão definitiva e fodesca de "Whiskey in the jar", genial canção popular irlandesa, lançada no tão competente quanto cafona "Vagabonds of the western world", de 1973.
Tudo isso, porém, foi demais para Lynott. Até mesmo seu belo bigode não deu conta de segurar a onda dos traumas de infânica e dos excessos que a fama traz. Em 1986, abandonado pela mulher e líder de uma banda em franca decadência, Phil empacotou devido a uma overdose de heroína. Ele tinha 36 anos.
Em reconhecimento a seu talento e à solidez de seu bigode, Dublin homenageou Lynott com uma estátua ao mesmo tempo maneira e de gosto duvidoso, exatamente como a banda que o velho Phil comandava.
Curtam agora "Whiskey in the jar" com Lynott em sua melhor forma:
E, agora, sintam o drama de "Bad reputation":
segunda-feira, 9 de julho de 2007
#59 - Bonzo
John Bonham foi o virtuoso bigode que elevou o groove do Led Zeppelin à categoria de rockão-pesado-de-macho-bebedor-de-whiskey-em-tonéis. Sem a sua presença monstruosa por trás, talvez os fãs fossem confundir realmente os agudos de Robert Plant com uma Vanderléa tresloucada... com Bonham descendo o sarrafo nas peles lá atrás, todo o restante da banda passava a ter que falar grosso sob a pena de não ser ouvida pelo público.
A morte prematura do virtuoso Bonzo levou ao fim da banda, que acertadamente percebeu que nenhum outro pé-rapado teria o direito de sentar no trono de bateirista titular da banda mais acachapante de todos os tempos.
Bonzo, antes de tudo, era um selvagem. Foram necessários 40 doses de vodka e mais um enroladinho de presunto para que ele tivesse um piripaque ao fim da noitada e morresse afogado pelo próprio vômito.
Maldito enroladinho!
E assim começa a semana do rock
sábado, 7 de julho de 2007
#58 - Pringles
Quem não lembra do mascote das geniais batatas crocantes Pringles? Mais uma prova de que um bom bigode garante confiança ao produto.
Imagine-se no lugar de um responsável por um menor que deseja ardorosamente batatinhas crocantes e sequinhas para o lanche. Imagine-se no lugar de um malandro cuja namorada maconheira aparece em casa naquela larica sagaz. Imagine-se diante de um daqueles modorrentos jogos do time do Dunga numa quarta de tarde. Imagine-se no primário e querendo impressionar a menina mais bonita da escola na hora do recreio.
Pringles é mais que sabor! É charme!
sexta-feira, 6 de julho de 2007
#57 - Dr. Robotnik
segue o tema de robotnik para a galera:
http://www.youtube.com/watch?v=b7FT7ubUtoU
#56 - Pedro de Lara
A categoria dos jurados de televisão atingiu seu ápice em Pedro de Lara, especialmente em sua fase do Show de Calouros, comandado por Silvio Santos. Pedro foi ainda um dos pré-candidatos da Casa dos Artistas 2, aquela que poderia ter sido perfeita, com bigodes do nível de Ratinho e Tiririca. Infelizmente o patrão optou no final por uma configuração mais careta.
É inesquecível também a participação do ídolo como o Salsi Fufu, no programa do Bozo.
Um detalhe que poucos sabem: Pedro de Lara também foi astrólogo nas revistas Amiga e Sétimo Céu. Segundo a wikipedia, "Atualmente Pedro de Lara promove sua obra, o Livro da Sabedoria, que contém pensamentos como 'Todo pai corujão faz do seu filho um bobão' e 'Na vida tem que ter estilo, quem não tem, não é isso nem aquilo'."
Ele é ainda mais um desses grandes ídolos que ainda não foi descoberto pela internet. Uma busca por fotos de Pedro de Lara só nos dá resultados pífios, como os que estão no blog. A melhor das imagens é uma montagem com caráter jocoso, até mesmo privatista, questionando a teoria do design inteligente. A imagem foi retirada deste site.
quinta-feira, 5 de julho de 2007
#55 - 4 de Julho
Nesta data querida, o famoso 4 de Julho, os americanos lá de cima comemoram sua independência do domínio britânico, independência esta conquistada na base de bala.
Para prestar homenagem à data, o IdB se vale de um caro par de mustaches cinematográficos, ambos inspirados em eventos factuais e históricos.
Aqui ao lado temos Bill "The Butcher" Cutting, do grandioso "Gangues de NY" de Marty Scorsese. Bill, interpretado com maestria por Daniel Day-Lewis, é inspirado em Bill Poole, um legítimo WASP que não era muito chegado nessa história de ser um bom anfitrião. Um retrato legítimo da América.
Bill, the Butcher, disputa com o irlandês rancoroso Amsterdam Vallon vivido por Leonardo Di Caprio o controle não apenas das ruas nova-iorquinas do século XIX, mas também o controle dos quadris de Jenny Everdeane (Cameron Diaz), a gostosa local. Tipo uma THUG life de branco.
Conta-se que Daniel não faturou o Oscar (levou o Bafta e o Guild, muito mais roots) por seu desempenho porque os vovôs da Academia temiam pela ira daquele bigode influenciando gerações de jovens ianques a descolar um facão e uma loira biscate.
Abaixo, temos Day-Lewis aterrorizando os vovôs da Academia.
Tão valioso quanto o Bill Cutting de Daniel é o Ron Kovic de Tom Cruise, personagem biografada em "Nascido em 4 de Julho", do malucão Oliver Stone. Cruise faturou o Globo de Ouro pelo papel e indicações ao Bafta e ao Oscar, interpretando o jovem que vai ao Vietnam defender ideais de liberdade da Águia e se estropia, ficar confinado a uma cadeira de rodas. Ao voltar quebradão para a terra natal, Ron finalmente vê que havia algo de podre dentro de seu país e que muita gente boa estava morrendo em terras distantes para alimentar os Senhores da Guerra.
Ron começa o filme sem bigode, completamente garoto. Ao tomar tenência do bicho estava pegando, adota um peludo digno de David Crosby (aguardem). Não é pra qualquer um, realmente.
quarta-feira, 4 de julho de 2007
Nascido em Quatro de Julho
terça-feira, 3 de julho de 2007
#54 - Júnior, o Maestro
Quando garoto, imberbe, foi lateral esquerdo de talento. Um gênio em um time gênios. Era fácil brilhar entre iguais, pelo menos entre iguais como Andrade, Adílio, Leandro e Rei Rei Rei o Zico É Nosso Rei. Nos memoráveis anos 80, Junior abiscoitou uma Libertadores, um Mundial Inteclubes, três dos quatro campeonatos brasileiros conquistados pelo Mengão na década e mais um punhado de Cariocas. Cheio de moral e já dono de um sólido bigode, foi para a Itália.
Mas um dever é um dever é um dever e o Maestro voltou ao Brasil, voltou ao Mengão para seu canto do cisne. Dessa vez, seria mais difícil iluminar corações e mentes com sua categoria: o timaço imbatível dos anos 80 havia sido gradualmente substituído por um escrete de feras feridas do calibre de Wilson Gottardo, Uidemar, Julio Cesar Imperador, Paulo "Sabiá" Nunes, Charles o Guerreiro e que tais. A camisa 6 que fora de Júnior era agora do intrépido Piá, grande batedor de arremessos laterias, pra você ter uma idéia.
Era o Maestro e mais 10.
Difícil? Sim, claro. Mas um bigode é um bigode é um poder.
Se a 6 tinha dono, Leovegildo vestiria a 5. Assim fez e montou sua escrivaninha no meio de campo do Flamengo, de onde despachou durante o ano da graça de 1992, levando o Urubu ao pentacampeonato nacional para em seguida deixar o futebol nos braços da torcida do Mais Querido e entrar para a História e para o futebol de areia.
#53 - Mr Norton
Greg Norton era o baixista de uma banda de punk rock chamada Hüsker Dü. Hoje, depois de 15 anos trabalhando como chef de um restaurante, ele está tocando num grupo de jazz-punk chamado Gang Font. O cara ainda é especialista em vinhos, tendo algumas de suas listas conquistado prêmios no Wine Spectator Magazine. Neste vídeo, depois de executar a belíssima canção "Could You be the One", Greg explica pra Joan Rivers o que significa "Hüsker Dü."
Desde o início, como baixista de banda de hardcore, até a fase atual de gourmet, uma coisa nunca mudou: seu sofisticado bigode.
MySpace dele: http://www.myspace.com/gregnorton
O restaurante: http://www.thenortonsrestaurant.com/