Não era só o bigode parnasiano voltado para cima. O pince-nez apoiado no nariz mostravam que Olavo Bilac não estava a passeio. Um dos principais defensores do culto à forma na poesia brasileira, alinhado a Raimundo Correia e Alberto de Oliveira, Bilac fez questão de aplicar sua "profissão de fé" aos pêlos faciais.
O autor de "Via Láctea" seria depois o judas a ser malhado pelo Modernismo, que advogava o verso livre, a coloquialidade e as rimas opcionais. Mas, ao ver qualquer foto de Bilac, não há dúvidas de que o homem tinha uma mensagem a passar. Se a arquitetura do Rio ganhou um pouco de Paris na belle époque do prefeito Pereira Passos, a literatura do período não teria muito sentido sem este bigode.
Sem falar que, mesmo com esse lance de culto à beleza, Bilac foi um cara hardcore: foi expulso do quarto ano de medicina por ser flagrado em ato de necrofilia e foi perseguido pelo presidente Floriano Peixoto por fazer oposição.
E reparem, na foto acima, que mostra a "panelinha" de intelectuais em 1901, a quantidade de vistosos e bem-cuidados bigodes.
Texto enviado pelo leitor Márvios dos Anjos
sábado, 14 de julho de 2007
#64 - Olavo Bilac
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
dizem que um "manual de métrica do bigode" estava no forno antes d'O Poeta Último, dono do que seria um alexandrino, falecer.
Victor
Postar um comentário