"My Daddy was a bankrobber
But he never hurt nobody
He just loved to live that way
And he loved to steal your money"
The Clash - "Bankrobber"
Uma coisa que eu acho bonita na cultura anglo-saxônica é sua capacidade de idealizar seus mais sanguinários bandidos. Talvez a explicação esteja na colonização viking, baseada na pilhagem e no estupro de virgens, da Inglaterra. Mas foi certamente lá, com Robin Hood, que essa curiosa forma de se ver o crime atingiu seu ápice.
Como a América é apenas uma testa-de-ferro do imperialismo inglês, não podia ficar para trás. E alguns dos maiores heróis ianques são Jesse James, Billy the Kid, Lee Harvey Oswald; grandes figuras, porém imberbes.
Bandido por lá, mas bandido mesmo, era o John Dillinger. O homem viveu só 31 anos, de 1903 a 1934, mas, com um bigodinho cínico desses na cara, não podia deixar de fazer a diferença.
Ficou famoso por tirar onda em fugas da polícia e por gostar de mostrar agilidade, com saltos sobre as caixas dos bancos. Fez sucesso na década de 30, junto com outro casal de queridinhos da América: Bonnie & Clyde. Dillinger chegou a se alistar na Marinha e até se casou com uma moça respeitável de Indiana, mas não tinha nascido pra nada daquilo.
O bandidão aprendeu muito de sua arte na cadeia, onde conviveu com experientes assaltantes de banco, como Harry Pierpont e Russell "Boobie" Clark. Assim que saiu da Penitenciária de Indiana, ajudou a conceber um plano para libertar da prisão vários de seus companheiros. O grupo ficou conhecido como a "primeira gangue de Dillinger" e incluia Pierpont, Clark, Charles Makley, Edward W. Shouse Jr, Harry Copeland, "Oklahoma Jack" Clark, Walter Dietrich e John "Red" Hamilton.
Homer Van Meter and Lester Gillis (a.k.a. Baby Face Nelson) se juntaram à "segunda gangue de Dillinger" depois que ele escapou da cadeia de Crown Point, em Indiana.
Um dos mais famosos esquemas criados por Dillinger para assaltar bancos foi se passar por vendedor de alarmes para bancos. Nos ingênuos anos 30, com aquele bigodinho sem vergonha, não havia quem desconfiasse.
Em outra ocasião, a gangue fingiu ser de uma equipe de cinema que estava filmando uma assalto a banco. Isso mesmo, meus amigos. Transeuntes sorriam para os bandidos enquanto eles fugiam com o dinheiro de verdade.
Acredita-se que o homem tenha se associado a golpes que renderam mais de US$ 300 mil, valor que representaria cerca de US$ 5 milhões hoje em dia.
Duvida da fama do garoto? Olha o tamanho do verbete dele na Wikipedia.
Obs.: Post inevitavelmente escrito ao som de Dillinger Escape Plan. Banda boa pacaralho.
terça-feira, 1 de abril de 2008
#171 - Dillinger escape plan
Marcadores:
a presença do bigode
#171 - Dillinger escape plan
2008-04-01T13:27:00-03:00
Eduardo Rodrigues
a presença do bigode|
Assinar:
Postar comentários (Atom)